domingo, 27 de dezembro de 2015

Amor Amargo, Jennifer Brown

Eu acredito no poder dos livros de transformar vidas. Quando, então, eles tratam de temas pouco abordados, a leitura vale super a pena. Digo isso porque os livros da Jennifer Brown - A lista negra e agora com, Amor Amargo - me trazem esse sentimento: não sou eu que estou passando por esta situação, mas e se fosse? E se fosse com alguém que eu amo? Como eu agiria? Bem, refletir sobre as situações dos personagens e me colocar na história faz com que meu ponto de vista sobre aquele assunto seja definido, seja moldado; faz com que eu crie afeição com situações reais que sejam semelhantes; e o mais importante, me faz definir quem eu sou, o que eu penso e o porque disso tudo. 

A leitura de Amor Amargo é como se você estivesse numa montanha russa: primeiro você sobe lentamente, identificando tudo e todos. Criando expectativas e percebendo aqui e ali aspectos importantes. E daí, mesmo que você saiba do que o livro se trata, você pensa que a descida vai ser tão lenta quanto a subida. Você estava enganado. Quando as coisas começam a acontecer, meu amigo, você desce a uma velocidade que você só percebe tudo o que aconteceu quando o livro acaba.

O intuito desse post não é falar da história em si e sim contar um pouco sobre como a autora tratou o assunto e quais as impressões que eu tive ao ler, por isso talvez, vocês vejam um pouco mais de opiniões do que uma resenha propriamente dita. 


O livro fala sobre relacionamentos abusivos: quando tudo inicia, parece ser apenas mais uma história de amor. A garota, apesar de seus problemas pessoais relacionados a ausência da mãe e a falta de diálogo com a família em geral, levava uma vida tranquila. Trabalho, escola, aula de reforço pra melhorar as notas. O garoto, recém-chegado, passado misterioso, lindo, popular e a pessoa mais fofa do mundo. Parece ou não parece aquelas histórias que a gente vê por ai em filmes, livros e TV?! O que ocorre é que depois de que o garoto conquista a tal garota, situações que geralmente envolvem ciúmes e opiniões divergentes levam à agressão. Daí chega num determinado momento da história que você pára e se pergunta "Mas porque ela ainda não contou pra alguém? Porque ela ainda não tomou uma atitude?", para logo em seguida a autora te fazer perceber que esse motivo pode ser mais intrínseco do que se pode imaginar. No caso do livro, a relação da garota com a morte da mãe (não, não é spoiler) e a falta de diálogo principalmente com o pai dela, pesa muito pra que a decisão dela demore tanto a ser tomada. Porque por incrível que pareça, a gente se pega entendendo - entendendo sim, concordando não - com o pensamento da garota de que "ele foi a única pessoa que me entendeu e que demonstrou me amar, por isso que eu não irei terminar com ele".

Outro aspecto impecável do livro é o papel dos amigos dessa garota. Vê se não é algo que você vê ou ouve falar: a garota tinha amigos, daquele tipo de "somos melhores amigos, amigos do peito, amigos de vocês", só que a partir do momento que o namoro começou a ficar sério e o garoto passou a se ~incomodar~ com essas amizades, a garota se afasta. Só que, a partir do momento que a agressão é percebida, e mais que isso, constatada, a reação dos amigos é a mais real possível. A dúvida, o questionamento "e se fosse eu?" bateu forte e ficou em mim nesse momento da leitura. 

O livro fala sobre um tema que não é abordado com muita frequência na literatura atual, mas ta aí algo que acontece constantemente e a gente nem percebe. Por isso a importância REAL da leitura de livros como esse. Para qualquer idade, momento e situação da sua vida. É um livro que eu indico muuuuito. Para homens, mulheres, jovens, feministas, machistas... TODAS. AS. PESSOAS. DO. MUNDO!

É isso, desculpa se não foi muito uma resenha. Tenho tanto para falar desse livro. Tantos motivos para indica-lo. Mas fico feliz de poder pelo menos expor um pouco do que tava aprisionado comigo desde a leitura. E que venha 2016 com muito mais livros e histórias marcantes na nossa vida! s2 

Carol. 
   

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